Recanto maia, Yucatán

No mapa, a Península do Yucatán é um apêndice a destoar do istmo que liga as Américas do Norte e do Sul. Esse território basicamente mexicano (com áreas menores no sul pertencentes a Belize e Guatemala), isolado e distante da capital do país, passou muito tempo esquecido pelo poder central, até que grandes empreendimentos turísticos realizados a partir dos anos 1970 na sua parte nordeste, onde está Cancún, impulsionaram-no decisivamente para o desenvolvimento econômico. Mas o Yucatán está muito longe de ser apenas sol, praias e um mar paradisíaco.

Carente de rios, a Península de Yucatán encontra nos cenotes sua principal opção de água potável. Características de áreas nas quais as rochas calcárias são dissolvidas por processos químicos, essas piscinas naturais – as maiores das quais têm diâmetro superior a dez metros – acumulam água de chuva filtrada lentamente através do solo e têm sido fundamentais para a região ao longo da história. Os grandes núcleos urbanos maias, por exemplo, sempre estavam associados a elas.

Para esse povo, a importância dos cenotes ia além do simples abastecimento: suas águas serviam de portais para a vida pós-morte. Lendas locais falavam de um culto do cenote, que envolvia sacrifícios humanos a Chaac, deus da chuva, e na primeira metade do século 20 arqueólogos encontraram em algumas dessas piscinas artefatos dourados que reforçaram a ideia. A dragagem do Cenote Sagrado de Chichén Itzá, em 1904, revelou esqueletos humanos e objetos sacrificiais no local.

A Cratera de Chicxulub, situada no noroeste do Yucatán, ficou famosa por estar associada ao desaparecimento dos dinossauros, há 65 milhões de anos. Na verdade, apenas a parte menor dela pode ser vista em terra; o resto está sob o mar. O centro fica próximo ao povoado que lhe deu o nome. Com mais de 180 km de diâmetro, Chicxulub é uma das maiores crateras de impacto do mundo, tão grande que só foi descoberta a partir de pesquisas da empresa petrolífera mexicana Pemex realizadas no fim dos anos 1970.

Os estudos da área revelaram que sua estrutura geológica inclui a presença de elementos como quartzo de impacto (diferente do normal), tectito e irídio (metal raro na Terra), todos associados a choques de meteoritos e asteroides contra o solo. Estima-se que o corpo que abriu a cratera – possivelmente parte de um asteroide bem maior que se fragmentou – tinha pelo menos 10 km de diâmetro.

Não perca nenhuma notícia importante. Assine nossa newsletter.

Últimas notícias

Recomendações

Patrocinado

plugins premium WordPress

Nós usamos cookies e outras tecnologias semelhantes para melhorar a sua experiência em nossos serviços, personalizar publicidade e recomendar conteúdo de seu interesse. Ao utilizar nossos serviços, você está ciente dessa funcionalidade. Consulte nossa Política de Privacidade.