Afinal, o Facebook está “flopando”?

Seria o começo do fim de um império?

Na prática, o Facebook ainda é a maior rede social do mundo, mas o futuro embute desafios. Pela 1ª vez desde que foi lançada, há 18 anos, a plataforma perdeu usuários ativos diários. Dados da Meta, dona do Facebook, mostram que o número caiu para 1,929 bilhão nos últimos 3 meses de 2021, em comparação com 1,930 bilhão no trimestre anterior. Dito de outra forma: a plataforma perdeu cerca de 500 mil usuários.

Na última 5ª feira (3.fev), a Meta perdeu US$ 237 bilhões em valor de mercado, depois de as ações da empresa despencarem 26%. Foi o maior tombo em um dia para empresas catalogadas na Bolsa nos Estados Unidos. Neste dia, o CEO da companhia, Mark Zuckerberg, perdeu US$ 29,7 bilhões (cerca de R$ 157 bilhões) e saiu da lista dos 10 mais ricos do mundo.

Leia os números da Meta no 4º trimestre de 2021. A empresa tem a 2ª maior plataforma de publicidade digital do mundo depois do Google.

  • Lucro líquido: US$ 10,29 bilhões (US$ 11,22 bi em 2020, queda de 8%);
  • Receita: US$ 33,67 bilhões (US$ 28,07 bi em 2020, alta de 20%);
  • Lucro por ação: US$ 3,67 (expectativa era de US$ 3,85);
  • Usuários ativos por dia: 1,93 bilhão;
  • Usuários ativos por mês: 2,91 bilhões.

A imagem da rede social foi desgastada por escândalos recentes. A big tech é alvo de acusações feitas pela ex-funcionária Frances Haugen. O caso ficou conhecido como “Facebook Papers”.

A mudança no perfil dos usuários da rede social também afeta seu crescimento. O Facebook não é mais uma rede jovem. Os usuários adolescentes e jovens adultos têm deixado a plataforma cada vez mais nos últimos anos e, em agosto do ano passado, o aplicativo TikTok se tornou o 1º concorrente da empresa a ultrapassar 3 bilhões de downloads no mundo, segundo dados do Sensor Tower.

A pesquisadora Yasmin Curzi, do Centro de Tecnologia e Sociedade da FGV, explica que a queda de usuários do Facebook está diretamente ligada ao padrão de comportamento geracional. “Toda rede social acaba passando de geração para geração. Os jovens acabam vendo no Facebook ligado aos boomers, aos millenials, com quem eles não se identificam”. 

Esses jovens não são mais atraídos para o Facebook devido ao seu padrão de consumo de conteúdo, segundo a pesquisadora. “A maioria dos jovens está migrando para o TikTok, porque são conteúdos de dois a três minutos, no máximo, rapidamente consumidos. São efêmeros e, por isso, tem a ver com o que o usuário procura. O interesse dele ali é bem entendido, diferentemente do Facebook”.  

O Facebook também enfrenta outro problema: hoje, a maior parte da receita da empresa vem de vendas de publicidade. Mas o novo protocolo de privacidade dos aparelhos Apple dificulta o rastreio de atividades do usuário pela plataforma, o que atrapalha as sugestões de conteúdos e publicidades ao público. O diretor financeiro da Meta, Dave Wehner, afirmou que essas mudanças podem ter um impacto “da ordem de US$ 10 bilhões” para este ano.

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